terça-feira, 15 de novembro de 2016

Um minuto de silêncio...




Na realidade, bem mais que um minuto. Um longo silêncio, e sepulcral, pairou sobre os ambientalistas que participavam da COP22 (Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas), em Marrakesh, quando informados de que o republicano Donald Trump acabara de ser eleito presidente dos EUA. Ninguém se atreveu a dar entrevistas sobre as consequências dessa eleição para o avanço ou retrocesso das negociações climáticas mundiais. Afinal, Marcelo Leite (articulista da Folha S. Paulo) oportunamente relembrou que, durante a campanha eleitoral, Trump prometera “acabar com os subsídios para energias limpas (eletricidade solar e eólica), recuperar a queima de carvão (pior combustível fóssil, abundante nos Estados mais conservadores dos EUA) e eliminar a agência ambiental EPA”. Terão sido meras promessas inconsequentes, frases levianas proferidas na impetuosidade do ambiente de palanque? Ou, definitivamente, tratava-se da política ambiental que Trump queria para seu governo? Nada mal para, em clima de campanha, criar expectativas em eleitores indecisos. Mas agora, sem os calores partidários da disputa de votos distritais, o cenário é outro: o tal milionário excêntrico e polêmico é “o eleito”. Nem os oráculos, e tampouco os modernos astrólogos, ousam prever o que podemos esperar da política ambiental de um presidente que já declarou que “o aquecimento global é uma farsa inventada pela China para prejudicar os EUA e tirar empregos dos americanos”.

Assim, entre declarações delirantes e encenações de força e brio, as posturas de Trump assustam e paralisam (ao menos temporariamente) as negociações que, desde a Rio-92, lentamente avançam. Mudanças, climáticas ou não, retiram as pessoas de suas zonas de conforto. E isso não é nada cômodo. Menos ainda quando os novos tratados quebram paradigmas em diferentes regiões do planeta e alteram as peças do poderoso jogo econômico.

Chegou o momento em que todos os crédulos e incrédulos devem agir, dirigindo suas rezas, bênçãos, mentalizações, feitiços e outras tantas vibrações para que o planeta não sofra um retrocesso após 24 anos de negociações e acordos para conter o aquecimento global. Que o Sr. Trump tenha assessores esclarecidos e bem informados. Que seu governo de quatro anos não seja conhecido como um jato de água fervente no clima.


E, por último, que ele gaste seu tempo em coisas que gosta de fazer. Que tal, em vez de um muro na fronteira com o México, construir uma nova Trump Tower pra lá de Marrakesh?

FONTE DA IMAGEM: http://www.sopitas.com/594618-donald-trump-keith-richards-amenaza-the-rolling-stones/


segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Um doce vilão!




Senta que lá vem história... Crianças que nasceram no século passado aqui pelas bandas do Centro-Oeste corriam muito e por toda parte ─ em quintais, em ruas, em trilhas e nos recreios. E precisavam de um bom combustível para tanta atividade. Usando-me confortavelmente como parâmetro: eu era movida a rapaduras, bolos e pães caseiros. E era, inacreditavelmente, magra.

Atualmente as crianças não correm tanto. Há pouco espaço entre o sofá e a TV. Hoje, quem anda pra valer são seus avatares em jogos online. Como correm para a caça de pokémons! E o combustível também mudou drasticamente: bytes para o avatar; biscoitos, chocolates e refrigerantes para quem, sentado, manipula o celular. Pouca atividade física e muita guloseima industrializada. Agora basta somar os dois para obter o resultado: obesidade. Foi-se o tempo em que criança rechonchuda era bonitinha... E a história começa a preocupar, com o considerável aumento do risco de hipertensão arterial infantil (que até recentemente era coisa exclusiva de adultos).

Alarmantemente, avós, tias e mães (e o lado masculino da família também) colocam refrigerantes em mamadeiras. Já presenciei várias vezes esse ato insano ─ ou talvez ingênuo, por simples desinformação. No Brasil algumas mudanças são mais lentas do que outras. Mas, quem sabe, não copiaremos rapidinho os novos hábitos que estão sendo adotados lá fora? Em 22 de agosto de 2016, cerca de três meses atrás, a Associação Americana do Coração (American Heart Association, nos EUA) emitiu uma nota recomendando enfaticamente que “bebês e crianças com menos de dois anos não devem comer nenhum alimento com adição de açúcar”. Veja bem: NENHUM AÇÚCAR ADICIONADO. Ou seja, alimentos adocicados pela própria natureza são permitidos, como frutas. E a Associação vai além: “Já as crianças maiores devem ingerir açúcar adicionado somente em uma quantidade equivalente a, no máximo, 100 calorias por dia”. Ou seja, para maiores de dois anos de idade, o limite está em torno de 25 gramas de açúcar diários (menos de seis colheres de chá). Uau! Já vi muito achocolatado familiar por aqui com muito mais do que isso em cada porção.

As recomendações frisam também que tais restrições são cruciais nos primeiros anos de vida: “Essa idade é particularmente importante porque é quando as crianças desenvolvem suas preferências de sabores”.

Bom senso à mesa. Vida saudável, quem diria, não precisa ─ e nem deve ─ ser tão doce!

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domingo, 13 de novembro de 2016

Sorria! Você está sendo fotografado.



Em uma visita à América do Sul, o pesquisador Mark Cowan, da Universidade de Michigan (EUA), flagrou um grande “sorriso” desse jovem Caiman crocodilo yacare, conhecido popularmente como jacaré do Pantanal.

Pelo menos uma dezena de borboletas pousadas no jacaré estão, literalmente, lambendo sua pele e eventuais lágrimas. Esse hábito, além de promover um belo ornamento na cabeça do jacaré, fornece sais minerais para a dieta das borboletas.

FOTÓGRAFO: Mark Cowan.
FONTE DO TEXTO E DA FOTO: http://hypescience.com/


terça-feira, 24 de novembro de 2015

Girar e rodopiar...


Há quem observe estrelas, planetas e satélites. Por vezes quero vê-los, mas sou mais ligada a coisas terrenas, desde as menos descomunais até as bem pequenininhas. Nunca olhei em um telescópio, mas microscópios já usei vários. Quando menina, com uns sete anos, levaram-me a uma universidade e, em um laboratório de pesquisa, vi a vida como sempre me pareceu ser: repleta de movimento. Só que o movimento que me mostraram, incessante e surpreendente, vinha de uma planta! Uma pequena folha de Elodea ― planta aquática muito utilizada em aquários ― foi colhida da água em minha frente, colocada em uma lâmina de vidro e posicionada sob o microscópio, onde, sem truques nem mágica, aquela folhinha converteu-se em um piso de tijolinhos transparentes em que milhares de bolinhas verdes rodopiavam sem cessar. Incrédula, pedi para ver outra folha, que eu mesma arranquei. E o balé se repetiu. Havia vida naquela planta estática, que até então parecia obedecer só ao movimento da água. E era uma vida bem agitada. Nem preciso dizer que nunca mais olhei para gramas, arbustos, árvores e flores, com o mesmo olhar. (Ao voltar para casa, cheguei a fazer um funeral para uma violeta morta...)

Fui crescendo e percebi que a vida gosta de agitos. A ausência de movimento é morte. Tudo no universo gira, como se dançasse uma valsa, ou rodopia em espiral, como que trançando fitas em um poste de festa de São João. Os biólogos, os físicos e os astrônomos já nos mostraram que, do micro ao macro, sempre existe algo que se move: elétrons ao redor do núcleo atômico, luas em torno de seus planetas e planetas dando voltas em estrelas. Alguns movimentos, como a luz e o som, são perceptíveis a nossos sentidos; outros não. São giros, oscilações, órbitas, pulsos, ondas: uma infinidade de termos para diferentes estilos de dança.

Mas me parece que nenhum movimento tem mais ritmo que a vida. Até nosso coração, quando bate descompassado, entra em arritmia. E no meio de tanto encantamento ainda existem pessoas (e, assustadoramente, cada vez mais) que, ditas racionais, não respeitam a vida. São as que deixam barragens de lama romperem e matam por omissão; as que treinam para serem defensoras de determinada fé e matam por opção (para ganhar o paraíso!). Acho que esses assassinos, fanáticos religiosos ou não, nunca brincaram de roda. Tristes crianças adultas que só sabem brincar de descaso e ódio: as únicas brincadeiras que conheço que não têm riso, giro e nem rodopio; só descompasso, arritmia. E assim terminam, levando consigo a impressão de que viveram um dia.

[FONTE DA IMAGEM: Escultura de Sandra Guinle. “Ciranda mista”, 2003]


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Você já teve um professor ou professora? Então leia...

 

Não consigo mais falar, e tampouco escrever, sobre a vida de quem se propõe a ser professor(a). Gostei muito do que li no Observatório da Imprensa, escrito pelo Prof. Ricardo Santos. Aqui vai:

 

“Professor não tem vida fácil”

Por Ricardo Santos em 16/10/2015 na edição 872 do OI

“Ser professor no Brasil é um enorme desafio. O Brasil mudou muito nos últimos anos. Há cerca de cinquenta anos, a realidade da educação era outra. Os professores tinham boa remuneração, eram respeitados e valorizados pela sociedade.

Hoje, a carreira do professor vem se deteriorando ano a ano. Isso se dá em função de uma série de razões… Mais, além da desvalorização salarial, ele tem de lidar com a violência escolar e uma jornada de trabalho extremamente extenuante. É comum, ainda, muitos profissionais trabalharem em duas ou mais escolas.”

LEIA O TEXTO NA ÍNTEGRA:

FONTE DA IMAGEM: Maria Eugênia C. Amaral


sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Programa do Concerto de André Matos Moreira

Data: Amanhã  10 de outubro de 2015 – sábado – às 20h.

Local: “Igreja do Relógio” – Igreja Presbiteriana do Brasil.

Endereço: Av. Marcelino Pires, 2233 – Dourados, MS.

Contato: (67) 3421-0381

ENTRADA FRANCA





terça-feira, 6 de outubro de 2015

“Perdido em Marte”, ciência e ficção com divertimento

O livro de Andy Weir é ótimo e o filme ― com Matt Damon, direção de Ridley Scott e um bom nível de fidelidade ao original ―, é muito divertido para quem gosta do gênero: ficção científica!


Eu, se fosse você, não perderia. Espia o trailer:



quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Quem é André Matos Moreira?




Ele nasceu no dia 10 de outubro de 1984 e apaixonou-se perdidamente pela música aos quatro anos de idade, sem nem sequer entender que ela vinha de um piano. Essa paixão prematura foi observada por sua avó, Clarinda de Matos Moreira, que soube respeitar os desejos de seu pequeno neto e encaminhá-lo para receber aulas de piano clássico aos cinco anos, em Dourados, Mato Grosso do Sul, sua cidade natal.

Com o constante incentivo da família, em 2000, André Matos Moreira concluiu o curso de nível técnico em piano, em Campo Grande, MS, e aos 18 anos partiu para Goiás onde estudou, trabalhou em um conservatório e começou a firmar-se como pianista em parceria com um preparador vocal. Na época, dedicou-se também a produzir arranjos, compor e a dirigir gravações. Estudou durante cinco anos no Conservatório de Goiás, enquanto ministrava aulas de piano em Goianésia e Goiânia e dirigia um coro vocal em Ceres.

Voltou a Dourados em 2007 e tornou-se pianista auxiliar na Igreja Presbiteriana do Brasil – a “Igreja do Relógio”. Nesse ano participou de um concurso internacional de piano promovido pela Associação e Academia Musical Paranaense, concorrendo com cerca de 180 pianistas, em três fases eliminatórias, André obteve o terceiro lugar na fase final.

Em 2008 realizou um curso técnico de afinação e restauração de piano, em Campo Grande, com Albino Ferraz. Durante o Simpósio da Música Brasileira de 2009, em Campinas (SP) iniciou estudos de piano com ênfase em arranjo, improvisação e harmonia. Durante o ano de 2010, estudou regência e condução de coro e orquestra na Escola de Música do Instituto Adventista de Ensino (IAE), em Engenheiro Coelho, SP. Ao retornar para Dourados, no final de 2010, assumiu o cargo de pianista titular e regente do coro na Igreja do Relógio.

André realizou concertos em Ceres e Goiânia (2005), em Campo Grande (“Concerto de Natal”, 2008; “Homenagem à Música Popular Brasileira – Noite de Seresta”, 2009), Dourados (“Concerto Jovem”, 2009; “Concerto para dois pianos”, 2010; “Concerto para piano”, 2012; “Festival Douradense de Música”, 2014) e em Naviraí (“Recital de Piano”, 2014).

No período de 2013 e 2014, conduziu o projeto de canto coral do Hospital da Vida, em Dourados, para cerca de 20 funcionários. Outro coral também ensaiado e conduzido por André Matos Moreira foi o da congregação católica das Irmãs Clarissas, de 2014 até julho de 2015, também em Dourados. Atendendo a um convite do pároco, padre Crispim Guimarães, André foi o pianista da missa solene da reinauguração da Catedral Imaculada Conceição de Dourados, em junho de 2015.

Atualmente, André dedica-se aos seus alunos no “Espaço da Música” e à preparação de recitais e concertos de piano.

CONTATOS:
“Espaço da Música” – Av. Weimar Torres, 2447 – (67) 9225-5922
WhatsApp: (67) 9225-5922

Conheça mais sobre André Matos Moreira e seu trabalho:
·        https://vimeo.com/140156795
http://www.mariaeugeniaamaral.com/2011/11/um-menino-andre-matos-e-seus-desejos.html
 

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