domingo, 26 de setembro de 2010

Renovando a florada...

O tempo tem andado pesado, triste e tenso, não só pelas denúncias de corrupção na política local (além da estadual e nacional), mas também pela secura do clima e a fumaça das queimadas, que não cessam Mato Grosso do Sul adentro. E me bateu uma baita saudade dos dias azuis... Poucas vezes vi sol e lua tão mortiços como nos últimos dias e noites. Cinzentos, sem brilho, como que revelados em fotos em preto e branco de baixa qualidade, velados pela fumaça.

Mas nesta última madrugada, um desejo se realizou. Acordei com trovões e água batendo na janela. Como foi bom virar pro lado, puxar o lençol e começar a dormir novamente. Poucas coisas me trazem mais prazer do que cochilar ouvindo a chuva cair.

Levantei cedo, ainda chovia e tive uma vontade incontrolável de pisar descalça na grama molhada, respirar fundo o ar limpo e ficar parada, olhando a chuva caindo, correndo, na calçada, nas folhas, lavando as plantas empoeiradas e minha alma ressecada. Encharquei-me por dentro e por fora e, tal qual a ramada do quintal, deixei cair pétalas velhas e frutos encarquilhados. Permiti que a água exercesse o papel ancestral de saciar, limpar, apaziguar.

Amanhã vou novamente pular da cama bem cedinho, pronta para encher meus olhos de verde.

[Foto de minha autoria.]
 

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