IMAGEM: Llosa em foto de Daniel Marrenco (Folhapress).
O escritor peruano Mario Vargas Llosa recebeu, no último dia 7 de outubro, o Prêmio Nobel de Literatura por sua “cartografia das estruturas de poder e suas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota individual”, conforme justificou a Real Academia Sueca.
Em recente viagem ao Brasil, na semana passada, Llosa concedeu uma entrevista à Folha S.Paulo, no auditório do jornal, onde falou sobre sua obra, escritores brasileiros, América Latina, ditadores, literatura e o seu recente prêmio.
Sobre literatura e ditaduras, Vargas Llosa comentou:
Um bom de leitor de literatura é uma pessoa inquieta frente ao mundo e à realidade. E isso sempre foi muito bem entendido pelas ditaduras, todas ― de esquerda, de direita, militares, religiosas, ideológicas. Porque não há ditadura que não queira controlar essa atividade que é a criação de mundos fictícios. Estabelecem censuras, estabelecem censores, têm uma desconfiança natural pela literatura, porque intuem que nela há algo perigoso. E creio que têm razão, que há algo perigoso na quimera que é a literatura.