terça-feira, 1 de março de 2011

Uma Vênus de 35... mil anos



Uma pequena escultura entalhada em marfim ― com 5,9 centímetros de altura e pesando 33 gramas ― é a mais recente descoberta arqueológica e, provavelmente, o mais antigo dentre todos os artefatos humanos esculpidos já encontrados. Com fartas e proeminentes mamas, quadril largo e ampla área genital, a figura feminina foi submetida a exames para datação que revelaram ter sido criada há 35 mil anos.

Encontrada pelo arqueólogo Nicholas Conard em uma área da caverna de Hohle Fels, na Alemanha, a “Vênus” (foto) veio revelar-se a nossos olhos modernos para polemizar a história das manifestações artísticas, conforme relata seu descobridor em um artigo publicado na revista científica Nature.

Uma curiosidade: a “Vênus de Hohle Fels” não possui cabeça. Em seu lugar encontra-se uma pequena cavidade arredondada. Tal característica, frisam os cientistas, é um forte indício de que a escultura era usada como adorno ― informação sobre a qual não resisto perguntar: adorno ou amuleto?

Um homem de 35 mil anos atrás provavelmente reverenciava, adorando e temendo, a mulher ― aquele ser estranho que sangrava todo mês e não morria por isso. Além do mais, quando menos se esperava, ela ficava enorme e depois dava à luz. Uma nova vida saindo por sua genitália devia ser algo bastante especial (e pensando bem, hoje, à medida que aumenta nossa distância à natureza, talvez pareça mais especial ainda!). Eu, se fosse um deles, carregaria pendurado no pescoço um pingente dessa entidade poderosa para que essa grande mãe me protegesse, em todas as paragens em que viesse a andar, a caçar, a dormir, a criar, a amar.

 

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