Tudo começou em 2004... Cida Oliveira Couto havia acabado de perder sua mãe, Odalíria, e não conseguia esquecer o sofrimento e a via-crúcis entre médicos, hospitais e tratamentos. Um dia, conversando com sua grande amiga Lolita Azambuja, comentou como deveria ser imenso o desespero das pessoas doentes e seus familiares sem posses materiais, pois à dor da enfermidade somava-se a dificuldade em contar com a rapidez e qualidade que, infelizmente, só um atendimento particular poderia oferecer. A conversa daquele dia acabaria por provocar uma decisão interior que tomaria conta das vidas de Cida e Lolita: “Alguma coisa tinha que ser feita para ajudar pessoas doentes desamparadas!”.
Cida se lembra como hoje: “Resolvemos deixar a ideia amadurecer por uns dias”. E a proposta rapidamente ficou madura com a ajuda de outras amigas – Ana Viana, Marley Radeke e Andréa Alves. Era o final de abril de 2004, faltavam poucas semanas para o início da Exposição Agropecuária de Dourados (Expoagro), e todas elas, de uma forma ou de outra, estavam envolvidas com o evento. Pronto! Nada como atuar em ambiente conhecido.
E o grupo de amigas decidiu organizar um LEILÃO BENEFICENTE, mas um leilão diferente: as prendas precisariam ser doadas com muito amor; teriam que ser feitas pelas próprias mãos dos doadores. Assim, cada prenda seria a doação não apenas de um objeto, mas de um dom de quem a fez. Tiago, filho de Cida, ficou encantado com a ideia e sugeriu o nome: LEILO DOM. Imediatamente, Ely Oliveira e Cibele Bodelão se pronunciaram: “Nós cedemos o espaço do Luzly!”. Chegou a vez de Josias Vitorino, leiloeiro afamado: “Eu faço o leilão de graça!”.
Agora, sim, faltava o principal: prendas para o leilão. E Cida me contou ter ficado apavorada. Estava em cima da hora e muito trabalho ainda devia ser feito. Foi quando se lembrou de Helena e seus filhos, uma família de artesãos que trabalha com lã e faz coisas lindas. Ela foi a primeira a ser procurada. Na casa da Helena havia uma jovem senhora ― Marlene ―, discreta, sentada em um canto da varanda e trabalhando com umas lãs. Mal Cida explicou a razão do leilão, Marlene levantou-se:
― Eu também perdi minha mãe recentemente e sei do que você está falando. Eu faço crochê pra vender e quero ajudar.
Marlene saiu da varanda e retornou com as mãos em concha, segurando alguma coisa com todo cuidado, como se fosse um diamante raro, relata Cida. E então, com o maior carinho, doou uma minúscula bonequinha – um ímã para geladeira.
Sabe o que aconteceu? A tal bonequinha (que está na foto acima) foi colocada no leilão como a última prenda e foi arrematada... e em seguida doada, e novamente arrematada e doada: seis vezes. Foi a prenda mais valiosa do primeiro Leilo Dom, e assim vem sendo ano após ano. Transformou-se na mascote do evento. Até hoje continua sendo concorridamente arrematada e outra vez doada, voltando a ser carinhosamente guardada pela Cida em uma caixinha de prata, como a joia rara que é.
“Você que já tem o Dom de fazer, agora tem também o Dom de Doar.”
LEILO DOM – 8.º Leilão Beneficente – Obras Artesanais
DATA: 14 de maio, às 20h.
LOCAL: Parque de Exposições de Dourados, MS – EXPOAGRO – no Tattersal.
LEILOEIRA: Leiloboi.
O leilão será em prol da Rede Feminina de Combate ao Câncer
Informe-se como você pode colaborar, ligando para Cida Oliveira Couto:
(67) 9971-8181
(67) 9971-8181