domingo, 18 de setembro de 2011

Isaac de Oliveira e seu “Astral”


Mergulhando nos domínios do saber milenar do tempo e do espaço, Isaac de Oliveira faz, com seus traços e cores inconfundíveis, representações arquetípicas de signos astrológicos sobre os corpos de suas musas. A essa criação, Isaac deu o nome de “Astral”.


A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul abre na próxima terça-feira (dia 20 de setembro), no MARCO (Museu de Arte Contemporânea), em Campo Grande, a exposição “Astral”, com 61 obras inéditas de Isaac de Oliveira. A abertura será às 20h, com entrada franca.

Com tinta acrílica sobre tela e outras técnicas mistas, tais como aerografia, adesivagem e desenhos em papel-cartão, o artista plástico retrata corpos femininos e códigos astrológicos. Isaac relata que “se interessa por símbolos gráficos desde a adolescência, quando começou a estudar design.” Mas, foi recentemente que a atenção do artista despertou para a forma dos glifos, ao passear o olhar distraído pelas páginas de um jornal e encontrar a seção de horóscopos. Isaac explica que “os glifos, esses ícones de origem hindu, também utilizados nas culturas mesopotâmica e egípcia, representam planetas e luminares na linguagem astrológica”.


Mesmo sem ater-se ao simbolismo místico desse conhecimento – onde círculos, semicírculos e cruzes que compõem tais glifos representam, respectivamente, espírito, mente e matéria –, com foco apenas no delicado movimento das linhas que os compõe, Isaac encontrou na forma desse sistema de códigos rica matéria-prima para sua criação. A pesquisa sobre o tema levou-o a outras descobertas: “ao zodíaco e suas representações antropo e zoomórficas, ao lúdico desenho das constelações no firmamento e às exóticas mandalas do horóscopo”.


“Minha necessidade visceral de retratar periodicamente a beleza e a sinuosidade do feminino também se uniu, quase que instantaneamente, à plasticidade de todo esse universo”, afirma Isaac. Assim, a liberdade criativa do artista constrói pontes entre os dois mundos.

Exposição “Astral”
LOCAL: Museu de Arte Contemporânea de MS – MARCO
ENDEREÇO: Rua Antônio Maria Coelho, 6000 – Parque das Nações Indígenas – Campo Grande, MS.
HORÁRIOS DE VISITAÇÃO: Terças a sextas-feiras das 12 às 18h - Sábados, domingos e feriados das 14 às 18h
ENTRADA GRATUITA
TELEFONE: (67)3326-7449 (das 12 às 18h)


Conheça Isaac de Oliveira

Campo-grandense por opção há 33 anos, Isaac nasceu baiano de Itajuípe, distrito de Ilhéus, em 1953. Conectado com a natureza e portador de genes para o desenho (o que muitos chamam de vocação artística), aos quatro anos descobriu o traço e o movimento, e a beleza da fusão de ambos, com as ondas do mar.

Tal interesse começou a vicejar quando sua família mudou-se para São Paulo, já em sua adolescência, e Isaac foi estudar arte, aprendendo sobre as variadas correntes criativas e passando a frequentar galerias. Posteriormente, foi morar em Campinas, onde cursou Belas Artes e conheceu inúmeras personalidades da cena artística paulista, como Jane Mascarenhas, Moretti Bueno e Geraldo Jurgensen.

Após o convívio com o artista espanhol Arturo Molina, seu trabalho tomou outro rumo. Isaac descobriu os grandes murais, as técnicas do óleo e da tapeçaria pintada e ampliou seu aprendizado sobre história da arte e seu repertório cultural.

Na década de 70, começou a trabalhar como ilustrador. Sua carreira artística estruturou-se definitivamente quando ele se transferiu para Campo Grande, em 1978. Convidado a associar-se a uma agência de publicidade local, estabeleceu-se na cidade, conheceu sua companheira, a arquiteta Selma Rodrigues, com quem também divide a paixão pela arte, e começou a participar ativamente do movimento das artes plásticas do estado e do país.

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E na próxima terça-feira, dia 20 de setembro, Isaac nos mostrará sua última criação – musas e signos do zodíaco – na abertura da exposição “Astral”, no MARCO. Pelas fotos das telas divulgadas para a imprensa, vejo a maturidade do artista que conheço há anos e, cada vez mais, sinto que o menino baiano está presente, feliz, deixando sua marca primordial: a beleza do movimento das ondas do mar.

 

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