terça-feira, 27 de setembro de 2011

Um livro “esquecido” de propósito?

Em uma caminhada rápida pelo centro da cidade, atravesso a praça e vejo um livro deixado em um banco.
Penso imediatamente: “Que pena... Alguém o esqueceu”. Curiosa, me aproximo e descubro que a primeira página informa, em letras garrafais: “Este livro é de quem achou. Leia e passe adiante”.

Essa foi uma das simpáticas estratégias adotadas pela prefeitura de Nova Friburgo (RJ) para incentivar a leitura: livros espalhados pela cidade. Além dessa prática de “esquecer livros” em lugares públicos (conhecida mundialmente como bookcrossing), o conjunto dessas iniciativas incluiu a criação de uma secretaria municipal “Pró-Leitura”, a primeira do Brasil, que teve uma breve repercussão na mídia nacional... em 2009!

Infelizmente o projeto não durou mais que um ano. A secretaria foi fechada e os livros sumiram. O bookcrossing, apesar de mundialmente difundido, ainda é pouco conhecido no Brasil. O conceito surgiu nos Estados Unidos no final do século passado. Trata-se, basicamente, de ações voluntárias de quem acredita que seus livros serão mais úteis ao serem lidos por muitas pessoas do que guardados em casa, “aprisionados” em uma estante. Tanto é que existem várias comunidades de bookcrossing na internet que utilizam a palavra “liberte” para a ação de largar o livro em um espaço público. É um ato de desprendimento e cidadania. Pessoas apegadas a seus livros ficam arrepiadas só de pensar na possibilidade de vê-los entregues à própria sorte. Mas você pode etiquetá-los, solicitando contato. Se tudo der certo e seu livro for encontrado por alguém civilizado (e habituado com a internet), você poderá seguir a sua trajetória país adentro – ou até mundo afora.

Hoje já existe um site que orienta sobre como participar da comunidade mundial que tem a aspiração de transformar o mundo em uma grande biblioteca móvel:
Acesse o site e informe-se clicando em LEIA, LIBERTE e SIGA.

Bem vindo à biblioteca mundial do livro usado – ou melhor, do livro reutilizado!

 

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