Ele apareceu pela primeira vez na França, em outubro de 1959. Seus criadores ― o desenhista Albert Uderzo e o roteirista René Goscinny ― nunca imaginaram que alcançariam tanta fama com seu personagem: a revista de quadrinhos que relata as aventuras de “Asterix, o gaulês” foi traduzida para mais de cem línguas e já ultrapassou 350 milhões de exemplares vendidos ao redor do mundo.
Asterix tem muitos amigos, além dos inseparáveis Obelix (que se descreve como “um forte guerreiro ruivo”) e Ideiafix (o cachorrinho de Obelix que é obcecado por árvores – um ambientalista nato). Os três moram em uma pequena aldeia gaulesa rebelde que se recusa a submeter-se aos invasores romanos e a seu imperador Júlio César.
Goscinny, estudioso de história e dono de um humor irônico impecável, criou roteiros de aventuras inesquecíveis para Asterix até sua morte, em 1977. A partir dessa data, Uderzo assumiu os roteiros e os desenhos dos quadrinhos, sofrendo fortes críticas de fãs que sentiram a ausência do estilo de Goscinny. Mas as vendas dos quadrinhos continuaram a aumentar.
Agora, com 84 anos de idade, Uderzo reuniu a imprensa em Paris para comemorar o altíssimo índice de vendas de “Asterix, o gaulês” e comunicar que está sentindo-se “um pouco cansado” após desenhar durante 52 anos ininterruptos.
“Percebi que os personagens de Asterix pertencem a seus autores, mas também a seus leitores”, declarou Uderzo, esclarecendo que chegou o momento de passar sua criação para artistas mais jovens.
Albert Uderzo, despedindo-se de Asterix e Obelix após 52 anos.
(Foto de Jean-Christophe Kahn/Reuters)