Era uma vez um escritor que morava próximo a uma remota colônia de pescadores. Todas as manhãs ele caminhava à beira mar para se inspirar, e à tarde ficava em casa escrevendo. Certo dia, andando pela praia, enxergou um vulto distante que parecia dançar. Ao chegar perto, percebeu que se tratava de uma jovem mulher recolhendo estrelas-do-mar da areia para, uma por uma, jogá-las de volta ao oceano.
Curioso, o escritor perguntou: “Por que está fazendo isso?”
“Você não vê o porquê?”, respondeu a mulher. “A maré está abaixando e o sol está quente. Elas irão secar e morrer se ficarem aqui na areia, tão distante do mar.”
O escritor, não-convicto, comentou: “Mas... existem milhares de quilômetros de praias por este mundo afora, e outras milhares de estrelas-do-mar espalhadas pelas praias do planeta. Que diferença faz? Você joga umas poucas de volta ao oceano e a maioria vai perecer de qualquer forma”.
A mulher pegou mais uma estrela na praia, devolveu-a ao oceano e, olhando séria, falou ao escritor: “Para esta aqui eu fiz a diferença!”.
Naquela noite o escritor não conseguiu escrever, sequer dormir. Pela manhã, retornou à praia, procurou a mulher e não a encontrou. Voltou para casa, procurou-a na colônia de pescadores e nada... Após algumas semanas já nem se lembrava do ocorrido quando, caminhando pela praia, quase pisou em uma estrela-do-mar. Parou e percebeu que ela estava distante da água. Não hesitou um instante sequer e a carregou gentilmente até encontrar as primeiras ondas, onde a deixou. Ao retornar à praia viu uma mulher descalça, a mesma de dias atrás. Os dois trocaram um olhar de cumplicidade e abriram um sorriso do tamanho do mar.
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Esse texto de autoria desconhecida tem circulado pela internet. Gostei tanto dele que decidi postá-lo. Pareceu-me uma daquelas antigas fábulas que estimulavam boas ações sem olhar a quem. Afinal, é muito bom pensar em “fazer a diferença”...