...em um ambiente dominado por “mulheres indômitas que desbravavam o sertão, enfrentavam ásperas jornadas de sol e ventos gelados, enchentes e o desconforto primitivo do Pantanal, desprezando as fraquezas e vaidades da cidade grande”.
Ao assim identificar a força de suas raízes maternas para o jornalista Leo Gilson Ribeiro, em 1975, Wega esclarecia que essas mulheres e o Pantanal marcaram sua obra. Reconhecida nacionalmente, a obra de Wega Nery ainda é pouco divulgada em seu estado natal: Mato Grosso do Sul.
Nascida em Corumbá, no dia 10 de março de 1912, ela foi enviada para estudar, ainda menina, em um internato na cidade de São Paulo. Madura, após os 50 anos de idade, viu-se transformada em uma referência nacional da pintura abstracionista lírica.
Sobre sua pintura, Drummond escreveu:
“A tona do mundo irrompem os mundos de Wega
violentos
verdenatais
vermelhoníricos
fazendo acordar a natureza.
O último?
O primeiro dia da criação inaugura a vida tensa em que a terra é sonho do homem
e a criatura descobre sua íntima
dramática estrutura.”
Carlos Drummond de Andrade, Rio, 1968.
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