Mas não se entusiasme demais. Normalmente, a Lua fica pelo menos 24600 quilômetros
mais distante, ao longo do ano, e essa variação é por demais pequena para ser detectada a
olho nu. Ou seja, a lua vai estar lá, como sempre, imponente, imensa ou não,
conforme nosso estado de espírito, humor, o nível de nossos hormônios e nossa
sanidade mental.
Lua cheia! Apaixonados a enxergam cada
vez maior e mais brilhante. Poetas emudecem e ficam melancólicos. Românticos
enviam flores compulsivamente. Amantes sentem uma vontade incontrolável de
beijar e... uivar. Cientistas a analisam como parte de nós mesmos: “poeira de
estrelas”. Compositores dedilham músicas na cabeça e loucos fazem de tudo para
alcançá-la.
(Uma médica psiquiatra paulistana,
minha amiga nos anos 80, sempre ficava apreensiva quando seu plantão coincidia
com a fase de Lua cheia. Era sempre uma correria para controlar certo senador
que teimava em subir nas árvores para tomar posse de sua Lua.)
Em qualquer dos casos, a Lua desperta antigas histórias e constrói
novas com o poder de sua luz. Não há mistério revelado sob o luar. E tanto faz
a fase da Lua: ela sempre terá guardiões através dos tempos. Vi hoje na internet seu mais recente servo:
o artista russo Leonid Tishkov, um poeta que criou a história de um homem que
encontrou a Lua e a levou consigo durante toda a vida. A seu belo e inusitado
trabalho, Tishkov deu o nome de “Private Moon” (Lua Particular). Trabalhando
com fotografia, além de poesia, a história começa quando um homem se depara com
uma “Lua perdida” em seu sótão (foto abaixo).
Lua perdida. Foto de Leonid Tishkov e
Boris Bendikov.
Tishkov
disse à BBC que o projeto começou em 2003 e que atualmente já passou por cerca
de 15 países. Na maioria deles, o artista colabora com outros fotógrafos para
preparar e registrar em foto o cenário com a Lua.
A Lua no Ártico. Foto de Leonid
Tishkov.
Conheça mais sobre o projeto “Private Moon”: