sábado, 5 de maio de 2012

A Lua... do perigeu ao sótão de um russo

Hoje, quando a lua cheia estiver visível, ela será a maior e a mais luminosa do ano. Os astrônomos dizem que ela está em seu “perigeu”. (No Houaiss encontrei que perigeu é ponto da órbita de um satélite – no caso, a Lua – em que ele se encontra mais próximo da Terra.) O tal ponto coloca a Lua bem pertinho da gente: 357 mil quilômetros de distância. Nem um cuspe de lonjura, quando comparado com as astronômicas medidas cósmicas.

Mas não se entusiasme demais. Normalmente, a Lua fica pelo menos 24600 quilômetros mais distante, ao longo do ano, e essa variação é por demais pequena para ser detectada a olho nu. Ou seja, a lua vai estar lá, como sempre, imponente, imensa ou não, conforme nosso estado de espírito, humor, o nível de nossos hormônios e nossa sanidade mental.

Lua cheia! Apaixonados a enxergam cada vez maior e mais brilhante. Poetas emudecem e ficam melancólicos. Românticos enviam flores compulsivamente. Amantes sentem uma vontade incontrolável de beijar e... uivar. Cientistas a analisam como parte de nós mesmos: “poeira de estrelas”. Compositores dedilham músicas na cabeça e loucos fazem de tudo para alcançá-la.

(Uma médica psiquiatra paulistana, minha amiga nos anos 80, sempre ficava apreensiva quando seu plantão coincidia com a fase de Lua cheia. Era sempre uma correria para controlar certo senador que teimava em subir nas árvores para tomar posse de sua Lua.)

Em qualquer dos casos, a Lua desperta antigas histórias e constrói novas com o poder de sua luz. Não há mistério revelado sob o luar. E tanto faz a fase da Lua: ela sempre terá guardiões através dos tempos. Vi hoje na internet seu mais recente servo: o artista russo Leonid Tishkov, um poeta que criou a história de um homem que encontrou a Lua e a levou consigo durante toda a vida. A seu belo e inusitado trabalho, Tishkov deu o nome de “Private Moon” (Lua Particular). Trabalhando com fotografia, além de poesia, a história começa quando um homem se depara com uma “Lua perdida” em seu sótão (foto abaixo).

 Lua perdida. Foto de Leonid Tishkov e Boris Bendikov.

Tishkov disse à BBC que o projeto começou em 2003 e que atualmente já passou por cerca de 15 países. Na maioria deles, o artista colabora com outros fotógrafos para preparar e registrar em foto o cenário com a Lua.

 A Lua no Ártico. Foto de Leonid Tishkov.

Conheça mais sobre o projeto “Private Moon”:

 

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