sábado, 18 de agosto de 2012

Uma breve homenagem a Paulo Rigotti (1964-2012)


Mato Grosso do Sul está culturalmente mais pobre desde a última quarta-feira, dia 15 de agosto de 2012, com o falecimento de Paulo Roberto Rigotti, vítima de um infarto fulminante. Meio que anestesiada, não encontrei palavras e tampouco coragem para postar essa perda assim que fiquei sabendo. Foi muito triste. Paulinho era muito criativo, muito entusiasta, trabalhava muito. Superlativo! Com essa palavra eu consigo traduzi-lo, pelo menos em parte. Mas prefiro utilizar suas próprias palavras – que clipei de seu currículo Lattes – para (re)apresentá-lo:

Paulo Rigotti é arqueólogo, artista plástico, professor de arte e pesquisador da história cultural no entorno do Pantanal, principalmente a história das artes plásticas nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e em particular a história, a memória e a obra pictórica de Lídia Baís, pesquisa essa que vem divulgando através de comunicações, palestras e publicações. Graduado em Arqueologia pela Universidade Estácio de Sá/UNESA (Rio de Janeiro/RJ, 1986), Pós-graduado (Nível Especialização) em História e Cultura Contemporânea pela BENNETT (Rio de Janeiro/RJ, 1989) e em História do Brasil pela UFMS (Dourados/MS, 2000) e Mestre em História pela UFMS (Dourados/MS, 2003). Constam também em sua formação: cursos de extensão, oficinas de arte e workshops realizados com artistas e produtores culturais significativos do contexto da arte contemporânea brasileira; participações em salões de artes, exposições coletivas e individuais em cidades de Mato Grosso do Sul e em capitais de outros estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Paraná e Santa Catarina.

E tomo a liberdade de postar algumas de suas telas, verdadeiras instalações, montagens e construções. Alegorias carregadas pelo imaginário desse artista, que sempre me fizeram tão bem ao contemplá-las.

As quatro primeiras imagens são de obras descritas e postadas por Paulo Rigotti em 10 de março de 2011 no Facebook, em um álbum denominado “Pinturas Recentes”.

Pintura, colagem e bordado com pigmentos naturais, cobre, latão, quartzo, tecido, fichas de papel, lixa e embalagem de chá sobre tela.

Pintura, colagem e bordado com pigmentos naturais, metal, botão e filtro de papel usado sobre tela.

Pintura, colagem e bordado com pigmentos naturais, pérolas falsas, alumínio, disquete e filtro de papel usado sobre tela.

Pintura, colagem e bordado com pigmentos naturais, osso de boi, metal, sementes e descolagem de parede antiga sobre tela.



Em um álbum denominado “Série de Anjos (Pinturas)”, postado em 5 de agosto de 2010, Paulo Rigotti inseriu as duas imagens acima e o seguinte comentário: “Esses são os mais recentes! Eu gosto tanto que não vou nem comercializá-los, pois fiz apenas esses dois anjos de uma série de quarenta. São os primeiros. Depois serão os arcanjos”.

Do álbum “Obra premiada” - Metal, pigmento natural de terra, ferrugem, ocre e cinza; colagem de materiais; costura e bordado sobre tela.

Sobre esse trabalho, Paulo Rigotti comentou: “é um objeto muito antigo (92/93). Faz parte de uma série de vários trabalhos. Não tenho mais nenhum. Uns foram comercializados outros fazem parte de acervos públicos ou particulares. Esta é uma série de ‘pirulitos’ feita com circulo de madeira, ferrugem, grampos de postes e espeto de ferro para churrasco (é que a base do espeto está cortada para melhor visualização da imagem).”

O que mais me dói é que Paulinho tinha, recentemente, pedido demissão de todos os seus empregos formais em Dourados e transferido residência para Bonito, com a meta de “viver a vida e produzir sua arte”. Perdemos, todos – nós, a vida e a arte.

Adeus, Paulo Rigotti!







 

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